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José Gomes Luís Lages nasceu em Loriga no lugar do Cabrum em 1 de Outubro de 1881, filho de José Gomes Luís Lages e de Ana Luís Mendes Jorge.
Biografia
Era o mais velho de três irmãos, que com o falecimento precoce do seu pai (com 24 anos) quando tinha apenas 8 anos e, após a abolição da escravatura no Brasil, viaja com o padrasto e o irmão António para este país, mais precisamente para o Rio de Janeiro.
No Brasil
Residiu no vale do Rio Paraíba e depois foi viver para Belém do Pará e também para Manaus, onde já existia uma vasta comunidade loriguense, que trabalhava no café, na cana-de-açúcar e na borracha e onde consegue sobreviver à febre amarela, na altura muito comum naquela região. Teve a sorte de regressar a Portugal em 1900, enquanto o irmão partiria para Argentina que à semelhança de tanta gente de Loriga, nunca mais voltou à sua terra.
De volta a Portugal
Em Portugal, começa por viver em Loriga com a irmã Teresa e com a avó paterna Emma. Depois trabalha com um primo em Mangualde até regressar a Loriga em 1902, para o casamento da irmã com José Gomes Luiz de Pina. Nesse mesmo dia, começa um namoro com a irmã do cunhado, com quem acaba por casar passado meio ano. Por via da mulher, Maria Emília de Luís Duarte Pina entra na Fábrica do Regato de onde sai após a morte do cunhado José, por tifo, e em divergência com a sogra e os restantes cunhados.
Em 1929, trabalhou para Carlos Nunes Cabral e travou conhecimento e amizade com o Conde da Covilhã. Em 1930, após hipoteca das terras que herdou da avó no lugar do Cabrum, no Portugal e no Teixeiro, perante o Conde da Covilhã contrai um empréstimo de 500 contos que serviria para construir a Fábrica das Lamas, aproveitando a levada de água que alimentava também a Fábrica da Redondinha.
Funda a Fábrica das Lamas e inicia a sociedade de lanifícios Lages que posteriormente adopta as designações de Lages, Santos & Companhia, Lda e mais tarde Lages Santos & Sucessores, Lda., não tendo já pertencido a esta sociedade que cessaria laboração em 1973 e que foi vendida por 500 contos em 1980 à firma Pedro Vaz Leal e Companhia.
Da memória dos netos, na sua maioria afilhados, fica a ideia de um homem que se gabava de travar amizade e histórias com salteadores e nobres e de ser de estatura notoriamente mais baixa que a esposa. Católico e monárquico com um bigode com pontas encaracoladas e cicatrizes profundas nas mãos que passava muitas tardes a jogar às cartas com amigos de Loriga, como Joaquim Leitão, José Carreira e Pedro de Almeida, entre outros, no "Clube", que ficava na sua casa.
Durante a vida, dos 14 filhos que teve, perdeu dois rapazes (António e Augusto), finalistas da Faculdade de Coimbra com tuberculose e um filho (Isaac Luís) de sete anos, afogado no poço que posteriormente teve o nome pelo qual era vulgarmente conhecido, na Ribeira de Loriga. No final da vida, fez as pazes com a família da esposa e viaja constantemente para Belas, onde visita a irmã, internada por demência após ter contraído meningite, em 1930.
Veio a morrer em Coimbra, em 11 de Dezembro de 1950, aos 69 anos, após internamento por acidente cardíaco. A sua casa no "Pátio", no local conhecido pela "Praça" em Loriga, continua a ser parte indivisível de todos os seus herdeiros. Loriga viu partir mais um dos seus filhos, fundador de uma das suas Fábricas de Lanifícios, que o tornou num dos muitos industriais que contribuíram em muito para o engrandecimento da sua terra.
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