Ainda a claridade da manhã mal despontava sobre Loriga e já uma carvoeira de farnel à cabeça se dirigia para o trabalho na Serra. Ao chegar ao sítio chamado "Tapadas", viu sentada numa grande pedra uma linda donzela. Ao aproximar-se esta pediu-lhe de comer, tendo a carvoeira com ela repartido o pouco farnel que levava.
A bela jovem, como recompensa, ofereceu-lhe um cesto coberto com um pano alvíssimo recomendando-lhe que só visse o seu conteúdo quando chegasse a casa. Continuando o seu caminho, a carvoeira conteve-se durante algum tempo lembrando-se da recomendação mas, ansiosa e curiosa não resistiu mais tempo. Ao levantar o pano, ficou furiosa ao verificar que afinal era carvão que levava no cesto e, de imediato, deitou tudo fora ainda mal refeita da irritação e desilusão que dela se apoderou.
Quando regressou a casa no final do dia, voltando a olhar para o cesto, verificou que no fundo do mesmo se encontravam dois bagos que reconheceu serem de ouro. Voltou rapidamente ao local onde tinha deitado tudo fora, mas nada encontrou.
Diz o povo que a "Pedra do Ribeiro das Tapadas", na qual parece estar desenhada uma porta, está encantada e que no seu interior existe muito ouro. Ainda não há muitos anos, houve alguém que a tentou abrir, utilizando para isso pólvora e dinamite das pedreiras, mas apesar de muito tentar nada conseguiu.
Páginas relacionadas
Páginas com etiquetas similares: